Pesquisador da UNICID aponta principais fatores de risco para lesões entre corredores

12/03/2015

Mais de 7,5 mil artigos científicos foram levantados em uma revisão sistemática conduzida pelo aluno de mestrado Bruno Saragiotto e coordenada por Alexandre Lopes, professor dos programas de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da UNICID (Universidade Cidade de São Paulo). O objetivo foi o de reunir os principais estudos que investigaram os fatores de risco para lesões entre corredores. Ao todo, mais de 4 mil participantes e 60 tipos de fatores foram identificados. A conclusão: lesões passadas, ocorridas nos últimos 12 meses, é o principal fator de risco de novas lesões entre os praticantes da modalidade esportiva que ganha cada vez mais adeptos pelo mundo. 

O novo estudo traz um alerta importante para os corredores, já que as lesões anteriores é um fator de risco não modificável. Em média, machucados provocados nos últimos 12 meses aumentam em 2,5 vezes a probabilidade de novas lesões – entre homens e mulheres. 

“A revisão permitiu que derrubássemos alguns mitos sobre o que de fato pode provocar lesões em corredores. Muitos afirmam que o tipo de tênis e a falta de alongamento estão entre as principais causas de lesões entre os corredores. Isso não foi encontrado no nosso estudo. Pudemos perceber que o histórico de lesões é muito mais importante que qualquer outro fator de risco”, afirma Alexandre Lopes. 

Outros três fatores de risco também foram apontados pela revisão, porém identificado por um pequeno número de artigos científicos: o Ângulo Q (ângulo formado entre o músculo quadríceps e o tendão da patela, que determina a posição dos joelhos e das pernas durante o movimento), além da distância e a frequência semanal dos treinamentos. Por exemplo, corredores que percorrem mais de 64 km por semana ou praticam a atividade de 3 a 7 vezes semanalmente têm maior probabilidade de desenvolverem lesões musculoesqueléticas. 

“A associação entre a lesão anterior e o desenvolvimento de uma nova lesão ou uma lesão similar de maior magnitude tem sido relatada como um fator de risco para o esporte em geral, e não só para corrida. Além disso, alguns autores sugerem que a associação entre lesões anteriores e novas lesões se baseia na recuperação incompleta da lesão anterior, assim como em alterações do padrão de movimento de execução da corrida numa tentativa de proteger a região que sofreu a lesão”, explica Lopes.